Ele esteve no centro das atenções do padel profissional brasileiro nas últimas semanas. E não é por menos, foi o principal responsável pela escolha dos representantes do Brasil no Pan-Americano Absoluto de Padel, que acontecerá na Venezuela à partir de 18 de outubro.
É mais um dos tantos talentos que a cidade de Alegrete – RS nos proporcionou. Quando questionado se é nascido e criado por aquelas bandas responde: “Sim, com muito orgulho!”
Como jogador esteve desde cedo em competições importantes, como no Mundial de Juniores da Argentina em 1996 (na época chamado de Encontro Internacional). Posteriormente, entre outras coisas, morou nas Espanha onde disputou o Pro Padel Tour até 2010.
Além de sua história jogador e até como dono de clube, é muito conhecido hoje por ser o técnico de nomes importantes do padel nacional, em especial, por ser o técnico da Seleção Brasileira Profissional de Padel. Estamos falando de Patric Vaz Leães.
O Portal Super Padel conversou com o técnico sobre seleção, convocações, profissão de técnico, renovação e muito mais.
SP: Você é nascido e criado em Alegrete – RS?
Sim, com muito orgulho.
SP: Tem alguma teoria de o porquê de termos tantos bons atletas oriundos da cidade?
As cidades da fronteira com a Argentina, agregaram o padel rapidamente no sei dia a dia na década de 90, Alegrete não foi diferente. Com a influência dos pais jogando e competindo a gurizada seguiu os passos.
SP: Como se saiu o Patric Leães como jogador?
Patric: Olha, bem mais ou menos. Participei do Terceiro Encontro internacional de Padel (mundial hj em dia) na Argentina em 1996 na categoria Cadetes (sub 16). Logo após, em 1997, quando ganhei meu primeiro torneio na 2 Categoria meu amigo Cláudio Risco (Tuba) me incentivou (intimou) a subir para a 1 Categoria. Em 2006 depois de formado em Engenharia Agrícola fui a Espanha onde joguei o circuito PPT (Padel Pro Tour) até 2010.
SP: Como foi sua trajetória no padel e em qual momento decidiu ser técnico?
Quando retornei da Espanha já tinha a ideia formada, porém não sabia como. Esses dias relembrando algumas histórias com meu amigo Pablo Lima ele disse “lembra quando conversávamos e sonhávamos em eu (Pablito) ser número 1 do mundo e tu (Patric) em ser treinador da Seleção Brasileira”.
A virada da chave veio com o convite do meu grande amigo, Lucas Campagnolo para ser seu técnico no WPT SP.
Em 2016 inaugurei meu clube em Alegrete, o Padel House, foi quando comecei a colocar em prática minhas ideias. Aos poucos formei uma equipe de competição que leva meu nome e hoje compete em alto nível no Brasil inteiro.
SP: Como foi a experiência de estar banco de Lucas Campagnolo e Lucho Capra no WPT de São Paulo em 2019?
Foi indescritível, voltei a sentir a adrenalina da competição. Retornei decidido que eu queria ser treinador, então comecei a dar mais atenção às competições.
SP: Ainda vemos poucos técnicos profissionais nos bancos durante os eventos nacionais. A que você atribui isso? Qual a tendência para o Brasil neste sentido?
Está melhorando, acredito que isso se deve ao fator financeiro. Com a melhora nas premiações, os jogadores irão conseguir custear estas despesas.
SP: Há alguns meses presenciei você em uma semana de treinamento a atletas antes de um campeonato. Como é a rotina de um técnico de padel além do que vemos durante os torneios?
Não é nada fácil, são 8 horas/dia em quadra. Tenho vários níveis de alunos, nas equipes de competições reforço muito a capacidade de evolução de cada atleta, as frustrações, o rendimento…
SP: 2022 foi um ano de competições importantes para o padel, uma delas o Campeonato Mundial em Dubai, onde a equipe profissional masculina conquistou a 5ª colocação. Também foi ano de estreia do padel nos Jogos Sul-Americanos, em que conquistamos duas medalhas. Como você avalia o desempenho da equipe profissional brasileira no último ano?
Sim, em Dubai tivemos um match point a favor e não aproveitamos, faz parte do jogo. Esta derrota abriu nossos olhos para a necessidade em profissionalizar o nosso Padel. Em um futuro próximo buscarmos uma maior e melhor evolução física.
Nosso principal foco nesse momento é também trabalhar forte na renovação de atletas.
No Paraguai participamos da primeira fase do ciclo Olímpico, Prata com Julianoti/Cunha e Bronze com Abarzua/Barros. Histórico, uma competição diferente com outra energia, todos os esportes unidos, muito legal.
SP: Há poucos dias conhecemos os jogadores convocados para o 5º Pan-Americano Absoluto de Padel na Venezuela. Quais os critérios para a escolha dos jogadores?
Este ano, devido a termos atletas em 3 rankings diferentes, a Cobrapa eliminou o sistema de convocação por ranking e passamos a usar uma convocação por Critério Técnico. Como hoje temos uma parceria Cobrapa/UFSM, que nos disponibiliza toda sua infraestrutura para realizarmos testes físicos nos atletas, acabamos trabalhando com 9 atletas brasileiro rankeados no BPT mais um atleta de outro ranking internacional. Junto aos profissionais agregamos a categoria sub 23, que também tem peso para convocação. Os critérios utilizados estão baseados em, técnico, táctico, físico e desempenho em competições.
SP: Com a desistência de Julio Julianoti, tivemos a convocação do jovem Diogo Rodrigues, de apenas 16 anos. Pode nos falar um pouco sobre esta escolha?
Foi uma escolha muito difícil e bastante pensada. Mas seguindo a linha de renovação de atletas, nada mais justo que chamar um menino que se mostrou maduro, competitivo e teve bons resultados durante o ano.
SP: Como são formadas as duplas para cada disputa em eventos como este?
Os confrontos são sempre de 3 jogos, então temos que alinhar 3 duplas para cada disputa. Como quase sempre jogamos em quadras abertas, realizo um rodízio na fase de grupos para manter a melhor capacidade física deles nos confrontos eliminatórios.
SP: Quais serão os principais adversários do Brasil nesta edição do Pan-Americano?
Olha, todas as seleções estão em uma crescente, tanto física como técnica. Argentina e Paraguai são as seleções que tem mais atletas em competições internacionais.
SP: Quais as expectativas e objetivos do Brasil nesta competição?
Estou contente com o esforço e disciplina dos jogadores durante o ano, vejo nosso time querendo chegar. Espero que possamos desempenhar um bom nível padel com solidez e regularidade.
SP: Com o anúncio da aposentadoria de Pablo Lima, muito se tem comentado sobre as novas gerações de atletas. Você mesmo já mencionou isso como um dos objetivos. Como está o andamento desta renovação hoje no Brasil?
Começamos esse trabalho mais forte com as categorias de base em 2021. O processo é lento, essa gurizada que vem vindo aí tem muito potencial. Também criamos a categoria sub 23 que está mostrando sua evolução.
3 perguntas rápidas:
Ritual de concentração para os jogos?
Fico uns minutos sozinho escutando música.
Estilo de música preferida atualmente?
Todas, gosto muito de música Gaúcha.
Indicação de série, filme
Tenho visto mais série, aproveitando os novos episódios The Black List.
Maycon Henschel, da redação.