O Brasil teve uma atuação histórica durante o V Pan-americano Absoluto de Padel, realizado na última semana em Caracas na Venezuela. A delegação brasileira trouxe em sua bagagem um ouro e uma prata.
Seleção feminina conquista o ouro
O sorteio dos grupos femininos do Pan-americano colocou o Brasil no Grupo A, disputando sua vaga na semifinal com Chile e Venezuela. No primeiro confronto contra o Chile, a seleção venceu por 2 jogos a 1. No segundo confronto, outra vitória, mais uma vez por 2 jogos a 1 contra a Venezuela. Com as duas vitórias o Brasil se classificou em 1º lugar do Grupo A.
Na semifinal, as meninas do Brasil enfrentaram a seleção do México, segunda colocada do Grupo B. Melhor para as brasileiras que garantiram sua vaga na final com o placar de 2 jogos a 1 contra as mexicanas.
A final feminina
A grande final não poderia ser outra. Brasil e Argentina fizeram um confronto de tirar o fôlego do primeiro ao último ponto.
Na primeira partida da final, Ale de Barros e Cris Cirne Lima enfrentaram as argentinas Silvana Campos e Irene Gimenez e garantiram o primeiro ponto para o Brasil com um placar de 4-6/6-4/6-4
Na segunda partida da final, Francielle Gaspar e Julia Cirne Lima enfrentaram Daiara Valenzuela e Marina Laura Ferreyra. Apesar do esforço das brasileiras, a Argentina fechou o jogo em 6-2/6-0.
Na terceira partida de final, Fernanda Abarzua e Gabriela Menna Barreto foram arrasadoras. Rapidamente fecharam o primeiro set com imponentes 6-1. No segundo set, as argentinas Alma Córdoba e Paoma Albornoz conseguiram encontrar seu jogo e começaram a dificultar a vida das brasileiras, mas a partida acabou sendo finalizado em 6-4 para o Brasil.
Com placar final de 2 a 1, a seleção feminina se tornou campeã do Pan-americano de Padel.
É a primeira vez na história que a seleção feminina supera a Argentina em uma competição oficial. Nas redes sociais, as atletas brasileiras deixaram registrado o orgulho de sua conquista.
“Quanto orgulho dessa seleção, do time e das minhas companheiras. Cada uma deu o melhor de si e colocou o coração na raquete, jogando tudo o que tinha e não tinha. Nos atiramos de cabeça em cada lance, pois tínhamos um objetivo em comum que exigia o nosso máximo.”
Fernanda Abarzua em publicação no Instagram.
“Felicidade e emoção que não estão cabendo no peito. Gurias que orgulho estar junto com vocês nesse momento histórico, só consigo agradecer.”
Gabi Menna Barreto em publicação no Instagram.
Seleção masculina conquista a prata
O sorteio dos grupos masculinos do Pan-americano colocou o Brasil no Grupo A, disputando sua vaga na semifinal com Argentina e México. No primeiro confronto contra o México, a seleção venceu por 3 jogos a 0. No segundo confronto, vitória para a Argentina por 3-0. Com uma vitória na fase de grupos, o Brasil se classificou em 2º lugar do Grupo A.
Na semifinal, os atletas do Brasil enfrentaram a seleção do Chile, primeiros colocados do Grupo B. Melhor para os brasileiras que garantiram sua vaga na final com o placar de 3 jogos a 0 contra os chilenos.
A final masculina
A grande final masculina foi o mesmo confronto da final feminina: Brasil x Argentina. Uma disputa muito equilibrada que ficou indefinida até último instante.
Na primeira partida da final, André Sagui e Pedro Tocca incendiaram o público colocando pressão sobre Lucho Capra e Ramiro Moyano no início da partida. Apesar do bom desempenho e empolgantes, ponto para a Argentina que fechou em 6-2/6-4.
No segundo confronto da final, JP Flores e Stefano Flores precisavam vencer para manter o Brasil na disputa. Pela frente, Miguel Lamperti e Alex Chozas. Após um primeiro set extremamente equilibrado que caiu para a Argentina, e um segundo set totalmente dominado pelos brasileiros, JP e Stefano venceram a partida com placar final de 6-7/6-2/7-6.
O terceiro e decisivo confronto colocou Lucas Cunha e Matheus Simonato contra Juani De Pascual e Leo Augsburger. O primeiro set só foi decidido no tie-break, e Cunha e Simonato conseguiram vencer por 7-6. O segundo set novamente foi uma batalha incrivelmente equilibrada, desta vez terminando 7-6 para os argentinos. O terceiro set não poderia ser diferente. Apesar de o Brasil ter abrindo uma vantagem de 3-0, o set foi decidido novamente no tie-break, que acabou favorecendo os Argentinos. Final do jogo Argentina campeã com placar de 6-7/7-6/7-6.
“Poucas vezes nos meus 22 anos jogando padel senti uma mescla de sentimentos tão intensos! Tristeza e frustração por não ter conseguido um objetivo que estava ao nosso alcance, mas que escapou entre os dedos. Por outro lado satisfação por ter dado 110% de nós mesmos e gratidão por ter tanta gente nos acompanhando em todos os jogos, torcendo por nós, mandando energia, sofrendo com a gente.. e o mais importante de tudo pra mim, dizendo que se sentiu bem representado!”
Lucas Cunha em publicação no Instagram.
“Com certeza a derrota de ontem é uma das mais duras da minha carreira, mas só quem vive o esporte sabe que as vezes deixar tudo não é o suficiente e o resultado nos escapa por detalhes. Num geral saio bem contente com meu desempenho e ainda mais com o do time, sofremos, lutamos e fomos juntos até o final, esses momentos são impagáveis, agradeço a toda a equipe por essa semana inesquecível.”
Matheus Simonato, em publicação no Instagram.
Após um resultado negativo no Mundial de Padel de 2022, a seleção brasileira volta a ter uma boa apresentação em competições internacionais.
“A garra, entrega e qualidade de todo mundo que esteve em Caracas merece destaque. O resultado negativo do Mundial do ano passado foi impactante, mas ao mesmo tempo ele já era esperado, em decorrência de mais de uma década que o pádel brasileiro ficou praticamente sem renovação. O resultado deste final de semana serviu pra dar alento e esperança de que esse período de resultados não tão bons, que a gente sabe que vai existir, seja mais curto. Tivemos um atleta da seleção de menores jogando contra um dos melhores jogadores do mundo sem deixar nada a desejar e veremos isso com cada vez mais frequência.”
Marcelo Gonçalvez, membro da comissão técnica.
“Esse resultado vem muito em decorrência de um trabalho que a gente vem fazendo a cerca de um ano e meio, de encontros regulares com os atletas da seleção profissional. O trabalho físico e técnico, em conjunto com toda a parte de fisioterapia e médica da seleção brasileira, fez a diferença, tanto na masculina quanto na feminina.”
Marcelo Gonçalvez, membro da comissão técnica.
Maycon Henschel, da redação.