Além das características em comum dentro das quatros linhas, padel e tênis possuem também uma dúvida em comum: o início de suas práticas. Não se sabe ao certo o ano e o local de criação de ambos os esportes.
A teoria mais aceita é de que o ano que marca a criação do padel é de 1890, sendo que o primeiro torneio oficial de tênis, realizado em Londres aconteceu em 1877, e se trata do mundialmente conhecido: Torneio de Wimbledon. Ou seja, o tênis começou a ter sua história escrita no cenário mundial um pouco antes do padel.
Com o passar dos anos os esportes seguiram por caminhos distintos. Segundo a Federação Internacional de Tênis (ITF na sigla inglesa) há uma estimativa de 87 milhões de tenistas ao redor do globo (2019). Mas no padel, apesar não possuirmos um número oficial, as estimativas recentes de que pouco menos de 10 milhões de jogadores pratiquem o o padel ficam desatualizadas a cada mês. Vemos uma cidade importante como Roma na Itália presenciar o aumento do número de quadras de 4 para 400! No Brasil, comenta-se que em média ao menos uma quadra nova seja inaugurada por dia nos últimos meses.
Daí um dos motivos de o dia 11 de julho de 2022 ter sido bastante comemorado. O Premier Padel, circuito profissional recente mas com conquistas cada vez maiores, alcançou um feito histórico: realizar uma etapa de um circuito de padel dentro de Roland Garros, a meca do tênis mundial.
Alguns dos jogadores e amantes do padel tem uma história correlacionada ao tênis. Seja por terem praticado o esporte anteriormente e migrado para o padel, seja por acompanhar os grandes torneios e jogadores em competições incríveis.
Pedro Toccafondo, atleta de padel do circuito brasileiro é um exemplo. Foi atleta profissional de tênis por muito tempo, parou de jogar e retomou sua vida esportiva quase 10 anos depois através do padel.
“Eu jogo padel há apenas um ano. Minha formação toda é no tênis. Joguei tênis dos 8 aos 20 anos de idade, cheguei a jogar dois anos de Future. O padel me possibilitou voltar após quase 10 anos. Ele dá tudo que o tênis tem de bom e é mais amigável, mais plural. O tênis é mais individualista. Além disso, é um esporte muito mais dinâmico e com a mesma competitividade.”
Pedro Toccafondo, campeão do FIP Rise de Curitiba. Foto: PadelRG
Mas no mundo profissional esta não é regra. A maioria dos grandes campeões de padel são formados desde o início no próprio esporte. Gerações e gerações de atletas que começaram nas categorias de base estudando, praticando e avançando em suas conquistas.
O padel tem nesta uma de suas excelentes características: formar seus próprios atletas em níveis de competição altíssimos e acolher bem praticantes de outras modalidades de esportes de raquete, como tênis e beach tênis, por exemplo.
O Major Premier de Paris mostra o crescimento gigantesco que o padel está alcançando, e faz isso de forma indiscutível ao usar como pano de fundo um nome muito mais que conhecido: Roland Garros. Mais precisamente, a quadra principal do famoso torneio francês, Philippe Chartrier. Estamos falando do Greenweez Paris Premier Padel Major.
Roland Garros teve sua primeira edição em 1891, praticamente quando o padel foi criado, e já viu nomes como Rafael Nadal, Chris Evert e o brasileiro Gustavo Kuerten “Guga” fazendo história em seu saibro. Agora ganha uma nova estrutura e um pouco mais de cor. A terra vermelha abre espaço para a grama sintética azul, a quadra dessa vez é um pouco menor, porém com vidros e grades cercando os jogadores. Mas esse limite físico representa apenas um contraste perfeito para o esporte, que agora alça voos jamais vistos antes.
O jogador argentino 16 vezes número 1 do mundo, Fernando Belasteguin:
“Não tenho palavras para descrever o que sinto. Muito emocionado de ver onde está o padel. Simplesmente obrigado”.
Fernando Belasteguín, atleta profissional de padel
Já o espanhol Francisco Navarro Compán mais conhecido como “Paquito Navarro” escreveu:
“Sonho realizado: jogar no Philippe Chatrier. Alguns anos atrás explicando para as pessoas o que era o padel e hoje jogando em lugares assim… brutal!”
Paquito Navarro, atleta profissional de padel
A lista de jogadores que expressaram sua felicidade em pisar no mesmo lugar que já foi palco de tantas conquistas no tênis é interminável. O espanhol número 1 do ranking e presidente da associação de jogadores profissionais de padel, Ale Galan destaca:
“É incrível poder desfrutar do esporte que amo em um lugar histórico como Roland Garros”.
Ale Galán, atleta profissional de padel
Padel nas olimpíadas
Não está escrito em lugar nenhum, mas talvez o principal motivo de tamanha comemoração é o passo a mais que se dá em direção ao objetivo da comunidade esportiva: levar o padel às olimpíadas.
Alguns anos atrás, parecia impossível que o padel pudesse chegar aos jogos olímpicos, principalmente porque poucos países tinham um grande público praticando o esporte, não justificando assim o caráter universal que deve ter um esporte olímpico.
Apesar de as coisas não terem mudado completamente ainda, o crescimento de padel em todo o mundo é tão grande e rápido que este sonho parece não ser mais tão distante. No Brasil o padel que era mais forte na região sul devido à proximidade geográfica com a Argentina, já começa a crescer cada vez mais e já ocupa quase 20 estados.
Mas mesmo sendo um desafio gigantesco, como é para qualquer esporte que deseja se tornar olímpico, é hora de comemorar a visibilidade e marco que é a chegada do padel a Roland Garros.
Brasileiros em Roland Garros
Entre os atletas a disputar o quadro principal do Major de Paris estão quatro brasileiros. São eles Pablo Lima, Lucas Campagnolo, Lucas Bergamini e Chico Gomes. Dentre os brasileiros, Pablo Lima é o nome mais consagrado. Ele é o segundo em número de títulos do World Padel Tour, ficando atras apenas de Fernando Belasteguín.
Chico Gomes, atleta que está em Paris para a disputa do evento, deixou seu depoimento exclusivo para o Super Padel contanto um pouco do seu sentimento e dos bastidores:
“Momento indescritível no padel mundial, eu como um jogador com 20 anos mais ou menos de carreira nunca imaginei estar em um cenário deste porte. Todos os detalhes são calculados dentro deste complexo. Um luxo em todos os sentidos. Vestuários de altíssimo nível, duchas, toalhas, Bebida, banheira para imersão, TVs com os jogos ao vivo em todas as salas, academia, restaurantes, transporte para jogadores, quadras bem montadas e de alto nivel, quadra central espetacular etc. Uma imensidade de coisas que não consigo descrever em palavras o que foi esta semana por aqui.”
Chico Gomes, atleta profissional de padel
Outros atletas brasileiros também manifestaram sua alegria em poder vivenciar este momento do esporte.
Semana incrível vivida aqui em Paris! Um sonho realizado, uma experiência única que jamais esquecerei.
Lucas Bergamini, atleta profissional de padel
Fique por dentro
O Super Padel é um portal de notícias e conteúdos 100% dedicado ao padel. Você pode acompanhar tudo por aqui e em nossas redes sociais: Instagram | Facebook .
Mas a comunidade do padel brasileiro não para de crescer, e muitos canais merecem destaque. Vamos deixar aqui algumas dicas de lugares onde você pode acompanhar, além do Super Padel é claro, um pouco mais sobre este esporte magnífico:
- A página Curta Padel fez um material bastante didático e confiável sobre o Padel e as Olimpíadas. Confira.
- Acompanhe a visita aos estados brasileiros onde tem padel através do canal Padelmente. Confira.
- A Confederação Brasileira de Padel está no Instagram: Clique aqui. Ou acesse o site: Clique aqui.
- O PadelRG faz uma excelente cobertura do padel nacional com transmissões e fotos. De vez em sempre utilizamos fotos dele aqui. Confira.
- O Raquete Na Canela é um canal recente mas muito divertido e informativo. Confira.
DA REDAÇÃO DO SUPER PADEL. ESCRITO POR:
MAYCON HENSCHEL E ALEX PASSOS