Em cada temporada há movimentos entre duplas, seja por lesão, falta de entendimento, falhas esportivas ou qualquer outro motivo. Todos os anos há o mesmo debate sobre se deve ser regulamentado um momento para fazer essas variações, mas atualmente ainda há liberdade. Por isso, nos deparamos com uma situação que, não usualmente, deixa de ser surpreendente.
A separação entre Álex Ruíz e Franco Stupaczuk gerou um “terremoto” no mundo do padel e essa mudança desencadeou um efeito dominó. O normal quando uma dupla de padel se separa é que outras sofram o mesmo destino, mas neste caso afetou até oito jogadores, que nas próximas semanas começarão um novo caminho com outro parceiro.
A novidade dessa situação é o momento em que a mudança ocorre. Estamos mais acostumados a esse tipo de movimento que ocorre no meio e no final da temporada, como aconteceu no ano passado com Bela-Sanyo, que se separou após o Lugo Open. Desta vez acontece quando apenas quatro torneios foram jogados. Quatro torneios que foram suficientes para vários jogadores tomarem decisões sobre isso e isso é o mais surpreendente de todos, porque os testes de quadra dura ainda nem começaram. Algum dos protagonistas foi precipitado ao escolher um parceiro?
O efeito dominó que Franco Stupaczuk causou
Em primeiro lugar, foi “O Polaco” que decidiu que sua carreira com Álex Ruíz deveria chegar ao fim. Como ele publicou no Instagram, “desconforto na quadra” teria sido o motivo.
Franco Stupaczuk chamou Pablo Lima, que, depois de um início um tanto decepcionante com Maxi Sánchez, decidiu apostar no homem do Chaco. Desta forma, Álex e Maxi estavam livres e o lógico seria pensar que eles iriam ficar juntos, em vez disso, “El capi” contatou ‘Momo’ González para formar uma dupla de malaguenhos. ‘Momo’, como contado no canal do YouTube de Manu Martín, primeiro ligou para sua mãe e depois confirmou sua decisão para Álex.
Após essas mudanças, os que seriam livres seriam Maxi Sánchez e Javi Rico, que podem parecer outros que se juntam, mas nenhum dos dois. Maxi Sánchez tem preferido apostar numa reedição de uma dupla que em 2021 surpreendeu em vários torneios. Lucho Capra e “O Tubarão” voltarão a dividir lado da pista. Finalmente, são Javi Rico e Javi Ruíz, doravante batizados como “Los Javis”, que acabam com este terremoto.
Análise das duplas: qual é mais promissora?
Pablo Lima e Franco Stupaczuk formarão uma equipe muito interessante para assistir nas rodadas finais dos torneios. Suas experiências anteriores os garantem, eles trabalharam com praticamente todos os parceiros com quem jogaram. Lima foi o número 1 e Stupa formou grandes pares com Sanyo, Mati Díaz ou o próprio Álex. Ambos são muito completos e praticamente invencíveis quando conectados.
Quanto a ‘Momo’ González e Álex Ruíz, é uma das duplas a ficar de olho. Já estava claro para ‘Momo’ que ele estava pronto para dar um salto de qualidade e Álex mostrou, junto com Stupa, que pode ser um dos finalizadores mais temidos do circuito. Se eles conseguirem trabalhar bem, não será de surpreender que cheguem às semifinais regularmente.
Maxi Sánchez e Lucho Capra são uma versão 2.0, com tudo de bom e ruim que isso significa. O ruim é que eles não vão surpreender ninguém. Já conhecemos seus pontos fortes e fracos e até onde eles podem ir, mas isso também é bom, pois eles tiveram excelentes torneios no ano passado. Eles funcionaram bem como uma dupla, não louca, mas muito bem, então eles provavelmente estão no mesmo ponto.
“Los Javis” são os que mais têm a provar. Rico teve ótimos momentos com Coki e ‘Momo’, mas sem conseguir estabilidade. Ele sempre esteve às portas do Master Final (exceto em 2020, que entrou por derrota) e buscará alcançá-lo este ano. Da parte de Ruíz, ele também conseguiu brilhar nas mãos de Uri Botello ou Pablo Lima, mas sem se tornar um dos maiores contratempos do circuito. Ambos terão que dar um passo à frente para tornar o caminho amargo para mais de um. Sem dúvida, eles serão uma dupla rochosa e difícil de conquistar.
Como ficou a classificação
O “terremoto” também abalou o ranking. Alguns se beneficiaram e outros foram prejudicados, mas com os pontos atuais fica assim o Top 10:
Posição | Dupla | Pontos |
---|---|---|
1. | Juán Lebrón y Alejandro Galán | 30.340 |
2. | Paquito Navarro y Martín Di Nenno | 27.530 |
3. | Sanyo Gutiérrez y Agustín Tapia | 20.480 |
4. | Juan Tello y Federico Chingotto | 14.860 |
5. | Pablo Lima y Franco Stupaczuk | 14.545 |
6. | Fernando Belasteguín y Arturo Coello | 11.936 |
7. | ‘Momo’ González y Álex Ruíz | 11.753 |
8. | Maxi Sánchez y Lucho Capra | 10.956 |
9. | Javi Rico y Javi Ruíz | 6.638 |
10. | Javi Garrido y Lucas Campagnolo | 5.595 |
As três primeiras colocações não variam, porém, o quarto lugar fica nas mãos de Tello e Chingotto, que evitarão as oitavas de final e enfrentarão os “cocos” nas quartas de final. Álex Ruíz cai para a sétima posição, deixando o sexto para Bela e Coello. Por seu lado, Javi Ruíz abandona a situação privilegiada dos primeiros oito duplas em favor de ‘Momo’.
Bruxelas, na Bélgica, será o primeiro teste onde a maioria destes casais terá a oportunidade de provar o seu valor. Outros, como Maxi Sánchez – Lucho Capra e Javi Ruiz – Javi Rico, terão a oportunidade de entrar em ação no Getafe Challenger na próxima semana.
FONTE: PADEL ADDICT