O embate entre a Professional Padel Association (PPA) e o Premier Padel ganha mais um capítulo. Em meio a tensões crescentes, a PPA divulgou há poucos instantes uma nota oficial em que explica as razões que levaram os jogadores a decidir, de forma individual, não participar do torneio Gijón P2. A disputa, que já havia sido tema de uma matéria publicada pelo Super Padel, agora ganha novos contornos com a manifestação pública da associação.
Na nota emitida, a PPA refutou as acusações de boicote ao evento, esclarecendo que “não promoveu desde a PPA nenhum tipo de boicote consensual ao torneio P2 de Gijón”, e reforçou que a decisão dos atletas de se ausentarem é baseada em questões estruturais e regulamentares com o circuito. A nota também abordou a discordância em relação à regulamentação por parte da FIP, apontando a “modificação unilateral do sistema de pontos” e outros fatores que, segundo a nota, geram insegurança entre os profissionais.
De acordo com a PPA, a situação reflete uma constante frustração com a governança do esporte, e a necessidade de um maior diálogo entre FIP, Premier Padel e os jogadores para que o padel possa seguir evoluindo, com o objetivo final de alcançar o reconhecimento olímpico. Em outro trecho da nota, a associação ressalta: “Todos os jogadores profissionais e a própria PPA entendem que para alcançar o sonho olímpico deve ser implementada uma justa e correta regulamentação do esporte”.
A nota oficial reflete a crescente insatisfação entre os profissionais do esporte e reforça os desafios enfrentados pelo Premier Padel e pela FIP, que rege o circuito. Para entender melhor esse contexto, confira a matéria completa publicada pelo Super Padel aqui.
Confira a nota na íntegra:
Tradução da nota (gerada por IA)
COMUNICADO OFICIAL DA PROFESSIONAL PADEL ASSOCIATION (PPA)
Madri, 21 de fevereiro de 2025. Diante das diversas notícias e vazamentos que surgiram nos últimos dias em relação ao torneio P2 Gijón, os jogadores profissionais de padel desejam expressar, por meio da PPA, as razões que os levaram a decidir individual e livremente não participar deste torneio.
Em primeiro lugar, a PPA não promoveu nenhum tipo de boicote consensual ao torneio P2 de Gijón, ao contrário do que está sendo afirmado pela FIP e pelo Premier Padel. Esta falsidade foi desmentida com a circular 2/2025 enviada pela Junta Diretiva da PPA aos seus associados, onde expressamente se apoiou todos os jogadores que decidiram participar no referido torneio. Além disso, é importante lembrar que a participação dos jogadores nos torneios da categoria P2 é de caráter opcional, podendo assim determinar livremente sua presença nos torneios dessa categoria.
Os jogadores transmitiram seu desejo de jogar, mas “não a qualquer preço”. Eles estão cientes dos efeitos que sua decisão acarreta, mas também sabem que não podem aceitar a má prática da FIP, como regulador mundial do padel, e muito menos tolerar o comportamento do Premier Padel, como organizador do circuito, que está levando a cabo práticas que podem acarretar consequências irreparáveis para o nosso esporte, que aspira a ser olímpico um dia.
Há muito tempo os próprios jogadores têm exigido à FIP uma regulamentação do padel de acordo com os princípios de legalidade, equidade, neutralidade e transparência. Requisitos que são comumente ignorados ou, em caso de falha, justificados por premissas inaceitáveis aos olhos dos jogadores profissionais. Essa situação, assim como a constante e consequente incapacidade de organizar o esporte de maneira profissional e sem improvisações, resulta em uma constante frustração para os jogadores.
Por isso, os jogadores profissionais querem expor os pontos concretos que justificam sua postura, diante de decisões unilaterais repetidas pelas quais se sentem afetados, como são:
- A modificação unilateral do sistema de pontos realizada pela FIP como regulador após o início da temporada esportiva de 2025. É manifestamente injusto que dois torneios da mesma categoria distribuam diferentes quantidades de pontos no ranking dependendo de quando são realizados durante a mesma temporada. Atualmente, não existe um marco regulatório claro ao qual a FIP deva aderir para implementar mudanças ou modificações na competição, o que gera uma insegurança insuportável no jogador profissional, afetando sua segurança jurídica. Os jogadores consideram que esta atual situação merece uma revisão e reflexão de todos os envolvidos, especialmente pela FIP e seu modelo de gestão, que atualmente se baseia na improvisação permanente, resultado de uma governança inadequada. Sem uma boa governança, a FIP jamais será admitida no Comitê Olímpico Internacional. Todos os jogadores profissionais e a própria PPA entendem que para alcançar o sonho olímpico deve ser implementada uma justa e correta regulamentação do esporte.
JUNTA DIRETIVA PPA
Maycon Henschel, da redação.