A polêmica sobre o boicote dos jogadores profissionais ao Premier Padel P2 de Cancún ganhou um novo capítulo com a decisão de Franco Stupaczuk e Juan Lebrón de se inscreverem no torneio. O anúncio, feito poucas horas antes do fechamento das inscrições, causou surpresa, já que a grande maioria dos atletas do Top 50 manteve a postura de não participar dos torneios P2 como forma de pressão contra a organização do circuito e a Federação Internacional de Pádel (FIP).
Stupa quebra o silêncio
Franco Stupaczuk quebrou o silêncio e explicou sua decisão de disputar o Premier Padel P2 de Cancún ao lado de Juan Lebrón. O argentino publicou um comunicado oficial detalhando os motivos que o levaram a não seguir o boicote promovido pela Associação de Jogadores Profissionais (PPA) contra os torneios P2 do circuito.
Stupa reconheceu o momento delicado do esporte e afirmou que “a situação que o pádel vive neste momento é muito dolorosa e preocupante”. Segundo ele, os jogadores “não queriam chegar a esse ponto”, mas decidiram boicotar o torneio de Gijón para pressionar por mudanças no calendário e no formato dos torneios P2.
Assessoria jurídica pesou na decisão
Diferente da maioria dos jogadores, Stupa optou por competir em Cancún após buscar aconselhamento jurídico.
“A realidade é que não conhecemos todos os matizes de nossa situação contratual. E, por esse motivo, decidi consultar um gabinete jurídico que analisou a situação e me enviou um extenso documento no qual ‘se me desaconselhava encarecidamente não me inscrever nos próximos torneios, pelos riscos jurídicos, civis, mercantis e esportivos que essa decisão poderia me causar, assim como as consequências econômicas e patrimoniais pessoais derivadas dela.”
Ele afirmou ter compartilhado essas informações com seus colegas do circuito para que pudessem tomar suas próprias decisões com mais clareza.
Um passo para a negociação?
Além do parecer jurídico, Stupaczuk citou a carta enviada pela FIP e Premier Padel, que propôs uma reunião com os jogadores para buscar um acordo. “A FIP e Premier Padel nos ofereceram, através de uma carta assinada por eles, sentar-se para negociar conosco e tentar chegar a um acordo. Acho que isso é um passo importante e também dei valor a isso”, afirmou.
O argentino reforçou que sua intenção não é obter vantagens competitivas, mas sim garantir que o diálogo continue.
“Não pretendemos, de forma alguma, tirar vantagem esportiva disso. Se no futuro for decidido que Cancún não seja pontuável, estaremos de acordo. Ou se mais adiante tivermos que deixar de jogar algum P2 para que nossos companheiros somem os pontos que não puderam conseguir no México, também o faremos.”
Um cenário atípico
Com a ausência da maior parte dos principais jogadores do ranking, Cancún terá um cenário incomum, no qual Lebrón e Stupaczuk despontam como favoritos ao título. A dúvida que permanece é se essa movimentação será suficiente para acelerar as negociações entre Premier Padel e a Associação de Jogadores Profissionais (PPA) ou se, ao contrário, aprofundará ainda mais a divisão no circuito.
O Super Padel seguirá acompanhando os desdobramentos dessa disputa e trazendo todas as novidades sobre o circuito mundial de pádel!
Confira o comunicado na íntegra:
Maycon Henschel, da redação.